O sono e o mal de Parkinson: mais descobertas
A cura contra o mal de Parkinson, distúrbio do sistema nervoso central que afeta a produção de dopamina, infelizmente ainda não foi descoberta. Para piorar, a doença também não é mais simples de ser detectada e os indícios mais claros geralmente aparecem quando ela já está num quadro avançado. A boa notícia é que estudos recentes apontam para um novo sintoma da doença, facilmente identificável.
Pesquisadores do departamento de Neurologia da Mc Gill University Montreal acompanharam a função motora, habilidades cognitivas e habilidades sensoriais de 1.280 pessoas com distúrbio de comportamento do sono REM (DCR) em 24 centros do International RBD Study Group ao redor de três continentes. O REM é uma fase do sono de 90 minutos na qual temos os sonhos mais vívidos. Para que não ocorra de o corpo repetir os movimentos do sono, o cérebro bloqueia os neurônios motores, paralisando os membros. Entretanto, as pessoas com CDR não reproduzem esse mecanismo, ou seja, costumam gritar, sair da cama e se mexer agressivamente.
Resultados
Após um período de acompanhamento de 12 anos, os cientistas descobriram que 73,5 por cento das pessoas envolvidas no estudo tinham desenvolvido a doença de Parkinson. O resultado, publicado na Brain: A Journal of Neurology, foi um aumento de três vezes no risco de desenvolver a doença de Parkinson ou condições relacionadas, como demência.
Esses achados confirmam que a presença de DCR é, de fato, um forte indicador da doença de Parkinson, abrindo caminho para que a doença seja mais rapidamente detectada e novos tratamentos possam ser desenvolvidos.
Texto: Julie Grüdtner
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