Medo de câncer
Foi-se o tempo em que a Aids era a doença que mais assombrava os brasileiros. Não que ela tenha desaparecido. Mas, com o desenvolvimento dos coquetéis antirretrovirais, a sociedade deixou de se espantar com ela, o que é bom, por um lado, mas, péssimo, por outro. A falsa segurança de que talvez a Aids não seja mais tão ruim, como era nos anos de 1980 e 1990, tem levado muita gente à negligência da prevenção.
Já com o câncer, a situação muda de figura. A gravidade da doença pode ser vista no corpo, afetando diretamente o modo como é encarado. Só para se ter ideia, segundo pesquisa do instituto Datafolha, o diagnóstico de câncer é assustador para 76% das pessoas, por ser considerado praticamente uma “sentença de morte”.
Contudo, ainda resta esperança. Para João Viola, pesquisador do Inca (Instituto Nacional do Câncer) há 30 anos, “a grande maioria dos cânceres são curáveis”, o que o leva a crer que o medo da doença é um estigma a ser combatido.
Embora o Inca trabalhe com boas expectativas e deseje acalmar a visão do brasileiro quanto ao câncer, Viola reconhece que falar em cura plena ainda é bastante ousado. O que se pode esperar é que a doença se torne em algumas décadas tão controlável quanto a Aids, por exemplo.
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