Duplamente vulneráveis
A população brasileira está se tornando idosa. Há uma previsão de que nos próximos dez anos teremos 40,3 milhões de habitantes com 60 anos ou mais, de acordo com o IBGE. Isso não quer dizer que o país estará preparado para lidar com isso.
Então quem assume o dever são outros idosos, filhos ou cônjuges, que acabam colocando sua saúde em risco para serem cuidadores de seus familiares mais velhos. O Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Unicamp se propôs a entender até que ponto este risco vale à pena.
Idosos com 60 anos ou mais que cuidavam de outros idosos no contexto familiar foram o alvo deste estudo. A amostra foi composta por 138 idosos, em sua maioria mulheres (76%) e cônjuges (64%), que prestavam cuidado há pelo menos 4 anos e executavam em média sete tarefas para o paciente.
Os resultados revelaram que os cuidadores idosos tinham três ou mais doenças, uma sobrecarga cognitiva média ou alta e um declínio geral na saúde. Além disso, o problema de ser um cuidador idoso também se mostrou na falta de preparo técnico do cuidador, o que coloca em risco a vida de quem recebe o cuidado.
Texto: Julie Grüdtner
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